O “chinoiserie” – palavra francesa intitulada para a reprodução dos estilos chineses na arte francesa – caiu no gosto dos franceses. Porém, na arte da decoração, os móveis Luís XV eram caracterizado pelo rococó – artesanato marcante da marcenaria do século XVIII na França. Os defensores desse estilo produziram uma decoração rococó requintada para diversos interiores de casas pertencentes à realeza e à nobreza durante todo o reinado de Luís XV. No entanto, profissionais do ramo mobiliário trabalharam juntos na criação dos móveis, tanto para criar uma variedade de adornos de estilo rococó. Também, empregaram novas técnicas, principalmente, inspiradas pela fascinante cultura asiática. Essa harmonia entre os profissionais da época ganhou ênfase, de modo que pintores e escultores passaram a fazer parte das artes decorativas.
O estilo rococó se tornou a principal marca no design dos móveis do reinado Luís XV. Mas, os artistas do ramo mobiliário estavam incumbidos a aprimorar e desenvolver novas técnicas para os móveis de estilo Luís XV.
Guilda: associação de lojas de móveis do período Luís XV
Guilda é o termo originalmente criado para designar associações profissionais na idade média. Era ela quem controlava cuidadosamente por numerosas regras e regulamentos rígidos a fabricação de móveis do período Luís XV. A produção exigia esforço conciliado a um conjunto de artistas e artesãos treinados de acordo com as práticas estritamente aplicadas pela guilda.
O estabelecimento de associações de móveis levou a um artesanato de móveis incomparável. Isso, integrado com o significado histórico desse período do mobiliário, faz do mobiliário Luís XV algumas das peças mais procuradas da atualidade. Por exemplo, a cômoda bombê, além de ser um móvel imponente é extremamente útil e elegante.
As técnicas decorativas do estilo Luís XV
Toda a variedade de riqueza em técnicas decorativas é representada no período Luís XV – escultura luxuosa, ornamentação em todos os tipos de metal, trabalho marchetado em madeira, madrepérola e marfim, bem como o auge da técnica de pintura laqueada das artes chinesas. Madeiras raras, mármores ricamente lapidados e coloridos também foram importados e usados para efeitos suntuosos nos móveis do estilo Luís XV.
Os móveis Luís XV combinam utilidade com elegância. A cadeira Luís XV, por exemplo, tem pernas curvas, arranjos florais esculpidos, assentos e encostos confortavelmente estofados, contudo não perdem em nada no design luxuoso da peça. Além da natureza e das artes decorativas orientais, a originalidade teve grande protagonismo nos motivos adornados, com animais inusitados e paisagens exóticas que envolvem todo o material dos móveis.
A arte de lapidar atingiu seu apogeu neste período, competindo inclusive com objetos do Extremo Oriente. Em seus extremos, o estilo rococó tornou-se deliberadamente assimétrico. Embora sempre planejando manter um equilíbrio harmonioso dentro do projeto mais amplo de decoração. Na época do reinado de Luís XV, era moda cada casa ter pelo menos dois conjuntos completos de móveis: um para o verão e outro para o inverno.
Chinoiserie: a influência asiática no período Luís XV
O contato e o comércio com países asiáticos como a China e o Japão trouxeram muitas influências para a Europa. Por exemplo, escrivaninha, vasos, leques e painéis de estilo asiático eram motivos extremamente populares para decoração. Do mesmo modo, tecidos e tapeçarias com temas chineses também foram itens muito procurados e incluídos em muitos designs.
Os artistas franceses, no reinado Luís XV, ocidentalizaram temas tradicionais influenciados pelo estilo das artes chinesas. O resultado foi um novo estilo chamado “chinoiserie”. Os profissionais do ramo mobiliário adotaram a laca para o acabamento das peças, que era, na época, um método de pintura de móveis na China.
Atraídos pelo “chinoiserie”, a China estava na moda, os temas e assuntos chineses eram vistos em várias criações francesas: arquitetura, mobiliário, artes decorativas, esculturas de bronze, tecidos e até mesmo o paisagismo. Ilustrar e descrever a vida na China era a inspiração para as obras francesas.
O rei Luís XV adorava móveis laqueados, porcelanas e papéis de parede chineses. Essas decorações chinesas eram presentes nos interiores do palácio. Por outro lado, Luís XV propriamente dito incorporou influência puramente francesa, baseando-se sobretudo no estilo rococó do período barroco.